A hora do MPtreco

Ouvir música sempre faz o bichinho musical de um compositor acordar. O bichinho acorda e me faz correr pra pegar a guitarra. Eu amo ouvir música e amo fazer música. Voltei à ativa depois que voltei a ter um mptreco. O meu tinha quebrado e demorei até comprar outro. Já tinha me esquecido do quanto eu gostava de ouvir música andando pela rua. Foi bom resgatar esse hábito.

Ao mesmo tempo resolvi pesquisar coisas novas. Conheci vários artistas novos e bacanas. Nada me despertou aquela paixão que as bandas que eu descobri na adolescência me despertaram. Mas já tinha largado um poucos os anos 90. Na real, nos últimos tempos mergulhei nos anos 60 e 70 e fiquei por lá. Mas

Essa vida corrida, vida de dupla identidade, na maioria das vezes, faz com que o bichinho musical fique hibernando dentro do indivíduo. O meu despertou já há muitos anos, mas adora tirar umas temporadas de férias. Tem casos em que ele não desperta logo de cara porque existe outra coisa na frente. Talvez tenha sido esse o caso de um cara chamado Matt Costa. Ele tinha o bichinho musical e não dava muita bola, até que o ócio criativo tratou de despertá-lo. Matt Costa era competidor de skate. A música até já fazia parte de sua vida, ganhou o primeiro violão aos 12, tinha uma bandinha de colégio, mas nada sério como compositor. Tinha um papel coadjuvante, assim como tantas pessoas no mundo que gostam de música mas não vivem a música.

Um dia, Matt sofreu um acidente que o fez abandonar o skate. Posso até ser má, mas foi melhor assim. Não sou a maior entusiasta dos esportes em geral.

O produtor do Matt Costa é o Tom Dumont. É, o cara do No Doubt. A gravadora dele é a do Jack Johnson. Mas não se precipite! Você deve estar pensando que é hardcore ou bicho grilice de esportista, certo? Errado. O skate ficou para trás, lembra? Sua música nada tem a ver com esse universo. Também não remete nada ao No Doubt, nem ao repetitivo e sonolento Jack Johnson.

"Mr. Pitiful" parece que foi escrita por Paul McCartney em 1968. "Cigarrette Eyes" lembra as clássicas baladas irônicas de Frank Black em carreira solo. Smiths, Beach Boys, tantos nomes passam pela cabeça... OK. Original ele não é. Mas conseguiu imprimir personalidade através dessas referências. O resultado é muito gostoso de ouvir. Não é uma cópia deslavada e oportunista de outros artistas.

Tô ouvindo bastante. Quando não estou ouvindo, alguma música do cara está na cabeça e não me incomodo. Experimentem ouvir de manhã. Combina. Além das canções que eu citei, recomendo "Lilacs", minha favorita. Não vai mudar sua vida, mas vai deixá-la mais leve.

Ouça aqui: http://www.myspace.com/mattcostamusic

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